quinta-feira, 31 de maio de 2012

SER OU NÃO SER BEM SUCEDIDO

Quantos de nós não se sente pressionado para ser bem sucedido. Todos os dias ouvimos alguém falar do sucesso deste ou daquele indivíduo avaliado pelo salário milionário que ganha, pelo lamborguini em que se passeia, pela mansão que conseguiu tinha ainda pouca idade... O grau de sucesso é resumido ao que se ostenta, àquilo que o dinheiro pode comprar. Fica no ar a ideia de que quem não atinge colossais objectivos financeiros na vida... é inevitavelmente mal sucedido. E este sentimento intenso é tão perturbador que passa dos pais para os filhos. É vê-los ainda pequenitos a aspirar ser como aquele ídolo que ganha milhões para também ele ter milhões um dia...   E os progenitores ao ouvi-los, logo tentam muito cedo encaminhá-los para as passerelles ou clubes de futebol na esperança de um dia poderem ser um deles em vez de os ensinar que, ser bem sucedido na vida não é de todo isso...

Podemos ser excepcionalmente dotados profissionalmente e até com isso ficar milionários mas o verdadeiro sucesso avalia-se pelo que deixamos nos nossos filhos, de valores, princípios e amor ao próximo;  nas pessoas que ajudamos a ter uma vida melhor; nas crianças que tiramos da rua; nos velhos que cuidamos para não morrerem sós.   Ser bem sucedido na vida é deixar sementes de "nós" na sociedade que depois de partirmos contribuirão para um Mundo melhor...

Ser ou não ser um profissional extraordinário não faz de nós um ser excepcional, logo muito menos um indivíduo bem sucedido.  Não importa o salário que auferimos, não importa se temos ou não carro ou casa, importa sim o que somos capaz de fazer por um mundo melhor, o que partilhamos todos os dias de nós com os outros. 

Quando o sucesso passa apenas pela profissão é vê-los completamente absorvidos e dominados pelo trabalho sem espaço para mais nada a não ser eles próprios. Ficará sem dúvida um legado... de carros, de contas bancárias, de casas... para os familiares. Serão lembrados sim mas por feitos que não acrescentam nada à vida de todos nós...

Agora, ao invés de se sentir infeliz por achar que não é ainda bem sucedido, reavalie a sua vida, pense no que já conseguiu e naquilo que ainda pode fazer para ser um indivíduo de sucesso. Provavelmente verá que já é um ser extraordinário e não se apercebeu...



quarta-feira, 9 de maio de 2012

OS FILHOS

Fui mãe duas vezes: a primeira aos 19, a segunda aos 39... Dois momentos tão distintos da vida que fazem com que vivamos de forma tão diferente cada uma delas.

Aos 19 era uma menina  que começava a dar os primeiros passos no mundo dos adultos. Cheia de medos e incertezas, com tantos projectos de vida a querer concretizar, a notícia de uma gravidez deixou-me deprimida. Estava a estudar e como tantas outras raparigas da minha idade, queria chegar longe... Dei por mim muitas vezes a pensar "como vou dar afecto, carinho e protecção a uma criança se preciso ainda tanto disso para mim... ainda...". E enquanto não se notava, tentava ignorar as transformações que iam dentro do meu corpo. Foi apenas quando comecei a sentir "alguém" a mexer que finalmente assumi o meu papel de mãe.

Já aos 39 e apesar de não planeado, a notícia de uma segunda gravidez foi um acontecimento mágico. A ideia de voltar a ser mãe nesta idade de volta às  rotinas dos biberões e fraldas deixava-me nervosa inicialmente... Porém, assim que na ecografia me anunciam que iria ter um rapaz, fiquei eufórica! Nunca desejei tanto como nesse dia ter imensos amigos para enviar sms... Limitei-me à família   e poucos ainda resistentes amigos para muita pena minha! O que eu queria mesmo era gritar a felicidade que ia dentro de mim. 

Não há dúvida alguma que ser mãe tardiamente é muito melhor seja para nós seja para o filho. Somos mais serenas e mais sábias. Conduzimos todo o processo de crescimento com uma calma e destreza que não possuímos aos 20 anos. Tudo se quer no seu tempo, nem cedo demais nem tarde demais... 

A maternidade foi sem dúvida o que de melhor soube fazer nesta vida e transformou-me na mulher que sou hoje. Com ela aprendi aquilo que só se sabe depois de ser mãe: compreender melhor que nunca os nossos pais e dar-lhes o devido valor pela tarefa nobre de nos criar e educar. 

Quando olho para os meus filhos sinto que viver já valeu a pena só por existirem. E é no sorriso e abraços deles que vejo todos os dias que ser mãe foi o que de melhor me aconteceu.