sexta-feira, 24 de junho de 2016

QUANDO EU PARTIR







Quando eu partir, não chores. Sorri. Pensa na paz que alcancei, no fim que é apenas mais um princípio. Recorda que vou ao encontro de quem amo. Que não parti. Que continuo ali. Não. Não chores. Apenas sorri.

Nesse dia, põe a minha musa preferida a tocar. E canta baixinho “Imortality” em vez de rezar. Não serei jamais defunto, serei vida que vais perpetuar.  E no teu canto, vou lá estar. Veste-me de branco cor de luz e deposita junto de mim todos os melhores momentos vividos, abraçada a quem mais amei. Cobre-me depois com rosas, brancas… Tu sabes o quanto gosto de rosas, não sabes? São as que melhor me definem: delicadamente belas e perfumadas, ao mesmo tempo, espinhosas e fortes. Imortaliza-me naquele perfume. Naquela flor. Naquela cor...

Quando eu partir, não ostentes. Que tudo seja do mais simples, sem grandiosidade, sem destaques. Quero ir como vivi. Discreta sem deslumbramentos. E deposita-me junto do meu melhor amigo. Temos muito para conversar...

Quando eu partir, procura-me nos rostos de felicidade de quem ajudas, nos abraços das pessoas que afagas. Estende a mão sempre que vires alguém mendigando. Doa parte do pouco que temos aqueles que nada têm. E nos sorrisos desses que ajudares, lá estarei, através deles, a te abraçar...

E vais ver que não parti. Que estou ali. Por isso sorri.