sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

ATÉ JÁ PAI!



Não era suposto ser assim. Tinhas de viver muitos anos. Ficar velhinho,
daqueles velhinhos cheios de vida a contar histórias aos netos, como tu tão bem sabias fazer.
Era suposto tomares conta de mim como fazias tão bem, perguntando, interessando-te por tudo o que fazia, sempre atento às minhas necessidades e com um sorriso rasgado cheio de bondade.
Era suposto continuar a ouvir as tuas gargalhadas divertidas que animavam tudo à tua volta.
Era suposto continuar a privar da tua companhia, nem que fosse apenas para segurar a tua mão, dar-te um abraço ou só um beijinho de boa noite.
Mas partiste cedinho sem me avisar. Tanta coisa ficou por dizer. Tanta coisa por partilhar. Não tivemos tempo de nos despedir, de dizer o quanto eu te amo, o quanto me vais fazer falta, o quanto foi bom ter-te como pai.
Foste a personificação da bondade e do altruísmo. Foste um ser humano extraordinário, um pai extremoso, um avô sem igual, um marido exemplar, um irmão generoso, um empresário distinto.
Fica em nós o teu legado, as tuas memórias, que farei perpetuar para que jamais sejas esquecido. O teu olhar bondoso brilhará nos olhos dos meus filhos e teu sorriso florescerá todos os dias no meu.
O Céu espera-te e vais entrar pela Porta Grande como só um grande Homem tem o privilégio de tamanha honra. Cumpriste com distinção a tua missão na Terra e junto de Deus estarás, em anjo, a zelar por nós.
Guarda um cantinho pra mim porque a vida é só uma passagem.
Vamos voltar a nos encontrar. Até já pai!

1942 - 2015