sexta-feira, 4 de setembro de 2015

OLHO QUE NÃO VÊ, CORAÇÃO NÃO SENTE




É brutal, eu sei. Imagens que nos arrepiam só de ver. Que nos emocionam e nos fazem virar a cara de horror. Mas é preciso ver. É preciso saber. Porque olho que não vê, coração não sente. E a missão da humanidade não é viver em redomas. Fingir que nada de mau se passa à nossa volta preocupados só com os nossos umbigos. Porque hoje são eles, amanhã quiçá, seremos nós.

Não deve haver horror maior do que ter de fugir de uma guerra. De uma estúpida guerra estupidamente feita por homens estúpidos. Não deve haver pior drama do que ser filhos de ninguém, que ninguém quer só porque fogem da morte. Não deve haver pior pesadelo que saber que não há escolhas: é fugir ou morrer. E ainda há quem hesite em ajudar. Quem critique os que o fazem...

Felizmente nós por cá temos vindo a ser poupados destas tragédias. Somos abençoados por ainda não saber o que isto é. Mas será sempre assim? Que certezas temos nós que um dia, por razões tão estúpidas quanto esta, ou por uma desgraça climática, não vemos o nosso mundo às avessas obrigando-nos nós também a pedir ajuda aos países vizinhos? 

Porque a desgraça não escolhe povos ou lugares, ser solidário é um dever. A Humanidade que chegou à lua, que gastou milhões numa estação espacial; que gasta milhões em armamento de defesa; que gasta milhões em contratações de jogadores de futebol, não tem legitimidade para dizer que não pode gastar milhões na ajuda humanitária, a qualquer povo que dela precise. É uma questão de prioridades e de vontades. Mais nada. E o Vaticano que me perdoe, mas com tantos milhões também, estava mais do que na hora de dar o exemplo de altruísmo a sério e pôr esse dinheiro e templos, à disposição dessas causas. É que a palavra de Deus por si só não resolve o problema de ninguém. E quem propaga a palavra tem obrigação de ser o primeiro a dar o exemplo.


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