Já 4 meses e a dor não passa. Para mim foi ontem. A mesma angústia quando vejo tua fotografia, a mesma tristeza que me lava em lágrimas quando não ouço tua gargalhada. Que falta que ela me faz!
Continuo inconformada com esta partida arrancada à força sem um beijo, sem um até logo. Fazes-me falta, caraças! Não é justo... Tinhas que ser tu e mais ninguém com tanta gente má por aí... Quero acreditar que fazias falta no mundo dos anjos para não explodir de raiva por tamanha traição. Quero acreditar que precisavas de te libertar deste corpo mórbido que te aprisionava. Quero acreditar que foste para poder olhar por mim e ajudar-me junto de Deus. Quero acreditar...
Mas não é fácil, sabes? Tem dias que sim. Tem dias que nem por isso. Tenho de aguentar a revolta de já não te ter para abraçar. Tenho de aguentar... Mas como?
Porque as visitas à tua última morada não chegam. Porque tocar nas coisas que deixaste não chega. Porque tuas lembranças são demasiado dolorosas. Porque a vida sem ti é um vazio imenso feito de ausências insuportáveis.
Dizem que o tempo atenua. Apaga. É mentira, pai! Só apaga o que não deixou rasto. O que não deixou histórias para contar. Sentimentos profundos para lembrar. E tu, deixaste tudo! Tudo o que seres grandiosos têm para deixar. Diz-me como se caminha sem ti...
Porque já passaram 4 meses e para mim foi ontem...
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