sexta-feira, 12 de junho de 2015

O TEU LUGAR VAZIO

Quando entro é o primeiro lugar que procuro com o olhar. Porque era ali que tu estavas à minha espera com um sorriso largo no rosto. Era tão bom. Depois seguiam-se os beijos acompanhados de longos abraços sentidos. E por uns minutos o mundo parava. Mas o teu lugar vazio lembra-me que partiste...

Ainda lá tenho a tua mantinha amarela que te aquecia os pés enquanto falávamos. É o gato que agora te guarda o lugar como se soubesse que aquela poltrona te pertence. Fecho os olhos por instantes para te rever, para te sentir, e ouço tua voz a contar histórias. Histórias que contavas como ninguém. Mas o teu lugar vazio lembra-me que já cá não estás para as ouvir de novo...

Era ali que segurava tua mão enquanto dormias. Era ali que passavas o dia. Era ali... Que te tinha. Porque não tenho mais senão os vazios que deixaste pela casa. Vazios que tentam apagar como se fosse possível limpar os rastos que deixaste.

A cada esquina sinto-te. Oras estás sentado junto a janela a ver o mundo passar. Ora estás a comer divertido enquanto comentas o que vês na tv. Vejo-te a fumar tranquilamente naquela poltrona velha que guardamos na garagem com a mãe ao lado a resmungar porque não te calas. Era ali que tantas conversas aconteciam. Era ali que ríamos juntos. Ali onde também tantas vezes fazias balanços da vida. Onde começavas projectos... E terminavas outros...

Agora resta-me  este lugar vazio para me lembrar que não te tenho mais perto de mim.


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