Sei que por esta altura, pensas que eu te odeio pelo que me fizeste. Sei que no fundo da tua alma, tu sabes, que ódio é o mínimo que se pode sentir por uma criatura como tu. Porque tu sabes, que nunca perdoarias a alguém tamanho atrevimento. Mas quero que tu saibas que eu não te odeio. Amo-te!
Sim! Amo-te muito por tudo o que me fizeste! Pela aprendizagem fabulosa sobre perversidade humana que me fez apurar o faro e detectar a anos luz, o cheiro podre de gente sem carácter. Amo-te pela distância compulsiva que provocaste e que me protege da tua manipulação vil e insana. Amo-te ainda mais, pela máscara que deixaste cair e pôs a nu essa alma horrenda recalcada e mal resolvida. Amo-te pela pessoa que fizeste de mim com teu aprendizado. Amo-te, porque daqui em diante, serás o meu "mestrado" de vida e com ele ensinarei, com teu exemplo sempre na ponta da língua, a sociedade a proteger-se de gente como tu.
Mas vou amar ainda muito mais, o dia em que tu, vais voltar à insignificância que eras antes de me sacanear. Voltares àquela vidinha de pobre coitada a viver de míseros biscates e trambiqueirices, que juntavas a umas horitas de ensino em centros de estudo, onde tu não entregavas o certificado de habilitações, porque, na verdade, não o tinhas. Chegaste às minhas mãos desempregada e cheia de dívidas. Vou amar retribuir-te todo o meu amor, devolvendo-te essa vida que deixaste de ter, depois de me usurpar, mas com bónus de muitas mais dívidas para dares conta...
Porque amor, com muito amor se paga, e sinto que estou em dívida contigo. Tenho o dever de te devolver em dobro tudo o que me deste. E acredita, sei ser muito generosa... E assim, vou amar cobrir-te de sentenças judiciais com coimas generosas, de indemnizações correspondentes ao tamanho do meu sentimento por ti.
E no fim, tenho a certeza que tu também vais me amar muito, porque te vou resgatar de ti mesma, e jamais terás vontade e possibilidade de prejudicar mais alguém na tua triste vida.
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