sexta-feira, 20 de março de 2015

MORRER EM VIDA

Todos temem a morte como se a morte custasse alguma coisa. Morrer é fácil e não dói nada. Um dia deixamos de respirar e  pronto. Acaba tudo ali.  Sofrimentos, dívidas, mal entendidos, amarguras, doenças... Tudo! Num segundo tudo, se desvanece para dar lugar ao silêncio da paz eterna.  O que é de facto doloroso, insuportavelmente doloroso é morrer em vida. A cada golpe sem misericórdia que a vida nos dá, um bocado de nós morrer por dentro esvaziando-se em dor dilacerante. Bocados de nós que desaparecem, outros que ficam por ali moribundos. Pedaços que definham, devagarinho... muito devagarinho até deixarem de existir.

Morrer em vida é ver trevas onde dantes havia luz. É seguir moribundo arrastando-se pela vida com o único propósito de morrer... depressa. É a solidão no meio da multidão a tomar conta de cada minuto respirado. É o desespero de querer sair de cena rapidamente mas continuar ali só porque o corpo teima em continuar vivo. É o sentir que não estamos ali a fazer nada a não ser existir.

Gostava de poder dizer que meu pai não foi uma dessas pessoas. Gostava, ah! se  gostava! de dizer que meu pai não morreu em vida. Mas não posso. Infelizmente apesar da minha luta para que isso não acontecesse, não posso. Porque na realidade, os meus olhos presenciaram o terror da solidão, do abandono cruel a alguém que por amar tanto, sofreu e quis morrer. Tantas vezes li naquele rosto cravejado de tristeza a interrogação de quem não entende. E por não entender, pedia para morrer.

Chamou a morte a si tantas vezes. Queria que o corpo se fosse para que pudesse ficar liberto daquela agonia. Perguntou por eles. Todos. Queria-os ali. Perguntava... e eu sem respostas. Até ao último suspiro não o pude ajudar.

Não consegui impedir que meu pai morresse em vida...

    


terça-feira, 17 de março de 2015

A FASE DO ARMÁRIO

Quantos de nós já não teve vontade de pegar nos seus queridos adolescentes e fechá-los dentro de um armário até a fase da puberdade passar? Há período mais perturbante para os pobres pais do que assistir ás explosões hormonais destas queridas criaturas, que os levam a dizer e fazer coisas impensáveis, sem poderem fazer mais nada senão aguentar pelo bem e saúde de toda a família,  e rezar para que não demore muito a volta à normalidade? Porque será que, mesmo já tendo sido um teenager, quando nos confrontamos com o problema temos dificuldade em lidar com ele?

Na verdade, a razão é muito simples: ontem víamos as coisas do ponto de vista deles, hoje vemos como pais. O choque de gerações é inevitável. E como tal, queremos protegê-los porque sabemos dos perigos a que estão expostos nesta idade, por termos sido nós também, expostos a esses mesmos perigos.  Temos medo. É normal. O problema é que os adolescentes não vêm com manual de instruções e mesmo depois de termos passado pela mesmíssima fase, isso não nos dá experiência suficiente para lidarmos com nossos pequenos diabretes. Isto porque cada caso é um caso. Se é certo que há contornos idênticos em todos eles, a personalidade vai determinar que tipo de adolescente vamos ter em casa. E é aqui que começamos a arrancar cabelos: nunca sabemos o que nos vai calhar na rifa!

Não sou estreante nestas coisas. Até podia dizer que já tenho "alguma" experiência. Mas desenganem-se. Não há 2 adolescentes iguais! Da primeira lembro-me que a dita fase consistiu em fechar-se num mundo à parte, num lugar só dela: o quarto. De lá mal saía até para comer... Resmungona, mal humorada, de poucas falas, por vezes atrevia-se a atravessar a sala de cabeça sempre baixa não fosse alguém ousar interagir com ela. Reagia sem paciência a tudo o que se lhe dizia sobretudo quando se tratava de assuntos "domésticos": levar o lixo, limpar o quarto... essas coisas que as mães teimosamente obrigam os pobres filhos a fazer. Volvidos 16 anos, eis que me vejo de novo a enfrentar mais um tenebroso elemento da família na fase da puberdade. E se com a primeira consegui sobreviver sem muitos "danos", esta tira-me literalmente do sério! Grita, berra, bate com portas, insulta e desobedece! Pronto. O pacote completo!

Inicialmente, confesso, entrei em confronto. Aquela atitude com a qual não estava nem um pouco familiarizada, perturbava-me tanto que elevava a voz, descabelavam-me toda, também aos gritos, a tentar impor a minha autoridade. Os castigos passaram a ser uma constante o que demonstrava que não estávamos a ir a lado algum. Até que comecei a adoecer com aquela situação e resolvi por um "basta".  De um momento para outro, passei a ignorar os ataques de histeria, e com voz suave, "demiti-me" do meu papel de mãe deixando as consequências dos seus actos e pedidos ou ajudas futuras, só por conta do pai. Estranhamente esta situação deixou-a perplexa. E quase como quem quer tirar as dúvidas, vinha depois com tom muito suave certificar-se se de facto eu continuava ali para ela ou não. Percebeu que me estava a "perder". Que perdera também a confidente, a amiga, a parceira que a salvava das situações complicadas em que se metia. Percebeu que perdera o que afinal mais gostava: a mãe que havia em mim. Antes que eu ficasse assim para sempre, mudou ela e muito. Miraculosamente a calmaria voltou.

Não há fórmulas mágicas para lidar com nossos adolescentes. Mas há dicas que podem ajudar quem como eu, um dia se viu perdido no meio das hormonas explosivas de seus filhos. Aprendi que, o que resulta melhor no confronto obrigatório de gerações é a serenidade, mesmo que aparente, na forma como respondemos aos ataques. Gritar, perder o controlo e discutir taco a taco com eles, não serve de nada e activa ainda mais os nervos de cada um. Falar com calma, agir com calma, desprezar q.b., sem deixar de exercer autoridade, pelo contrário vai desorientá-los a ponto de deixarem de querer fazer o braço de ferro connosco só para não perder a nossa amizade.



    

quarta-feira, 11 de março de 2015

A MULHER QUE ME TORNEI

Não somos o que somos por acaso. A vida vai-nos talhando com um golpe aqui, outro ali, que quanto mais fundo mais nos ensina. Somos uma equação de soma de experiências boas e más, onde multiplicamos as aprendizagens, que  depois dividimos pelos afectos . Somos o resultado de uma vivência construída segundo a segundo, o fruto de cada ensinamento trazido pelo trilho seguido, por onde caminhamos cegamente sem saber para onde nos leva. Somos aprendizagem.

Aos cinco anos foi-me dito que teria de tomar conta de mim. Que o pai estaria fora toda a semana e que a mãe, só a veria à hora de almoço na cantina da escola onde trabalhava. Cedo aprendi o significado da palavra responsabilidade. A mãe que saia de casa ás 5h da manhã, deixava o despertador, a roupa para vestir e as moedas, todas contadas, para ir buscar o jantar, ao "Chuck's", um restaurantezito fast food, mesmo ao lado de casa. E sozinha  cumpria o ritual matinal sem nunca me atrasar na escola. Quando voltava, encontrava o vazio de uma noite solitária onde não havia lugar para medos ou inseguranças. Como certa noite, por não conseguir despir a camisola, e depois de muito choro compulsivo, dormir com ela vestida... Noutra, dificuldades nos trabalhos escolares que, rendida ao desespero, resolvi esperar pelo dia seguinte, e enfrentar a professora. A vida ensinava-me assim, a primeira lição: Aprender a enfrentar as adversidades... sozinha. 

Cresci assim, sempre sozinha durante toda a minha infância. Por isso, quando minha mãe adoeceu, tinha eu 9 anos, tomei conta da casa, do meu pai, de mim, com um primor tal que encheu meu pai de orgulho. Não tinha irmãos e por isso nunca pude contar com ninguém. Abraços e carinhos só vinham com meu pai ao fim de semana porque minha mãe, quiçá por ter essa lacuna também, nunca manifestou qualquer gesto mais afectuoso. Não havia aconchego ao deitar. Não havia palavras de incentivo ou interesse pelos pequenos sucessos trazidos da escola. Como aquele dia em que, feliz por ter aprendido a ler, tanto quis que ela me ouvisse... Mas não ouviu.  Lembro-me isso sim, que ela me abraçava ou dava a mão sempre que tirávamos fotografias...

Por isso quando me tornei mulher nada do que a vida madrasta me reservou me impediu de seguir em frente. Foram montanhas, foram rochedos. Foram fogos, foram maremotos. Foi tudo o que havia para experimentar como se o Diabo tivesse apostado com Deus que me derrubava. E Deus convicto de que tinha em mim seu melhor soldado dissesse:" Não! A esta força feita de fé, nunca conseguirás".  Fiz-me guerreira. À medida que a vida me foi talhando com golpes profundos, daqueles que rasgam a alma em bocados, que nos deixam quase inanimados, convictos que dali não saímos mais, eis que, quase como por força divina, como uma fénix, renasci vezes sem conta das cinzas. Mas sempre que ressurgi, vim diferente. Diferente na forma de ver o que me rodeia; de sentir a vibrações emanadas pelos que circulam à minha volta; de agir para com os outros. Em suma, aprendi a sobreviver nesta selva de gentes despidas de valores, apagadas de carácter, embriagadas de malvadez, famintas de ambição doentia.

Se hoje sou o que sou devo-o ao que vivi. Uns adoram. Outros provavelmente odeiam. Tanto me faz. Ninguém percorreu os mesmos caminhos. Por isso ninguém está à altura de me julgar.  Se sou muito determinada, independente e teimosa nas minhas convicções. Se nada me demove quando escolho um caminho, se aguento tudo sozinha até ao último suspiro sem pedir auxílio,  foi porque tive de aprender a prescindir das pessoas para sobreviver.

Sou uma sobrevivente.

 


     

segunda-feira, 9 de março de 2015

A DESPEDIDA



A notícia fulminou me. Ninguém está preparado por muito que diga que sim. Mesmo na doença achamos sempre que vamos conseguir prolongar-lhes a vida pelo infinito. Até que chega o dia em que constatamos que não temos esse poder. Meu pai partiu pela madrugada no silêncio da noite, tal como tanto desejou. A dormir e sem dor.  Já estava farto de viver, cansado de sofrer e apenas por saber isso, vou aguentando esta ausência dilacerante.

Meu melhor amigo partiu sem dizer nada. Ainda na sexta feira tinha cuidado dele. Estava diferente. Teimava em posicionar-se como um feto na barriga da mãe e eu, sem compreender, ajudava-o a acomodar-se. O corpo já falava e eu não entendi. Soube depois pela minha mãe que ele tinha dito nessa semana várias vezes que "ia morrer". Ele sabia. Sempre soube. Mas a mim, ele não mo quis dizer... Escolheu uma manhã chuvosa e fria de domingo para se juntar aos anjos que agora o guardam. E foi embora...

Passaram 27 dias e minha memória não consegue apagar o momento em que lhe peguei nas mãos frias e chamei pela última vez por ele como se quisesse acordá-lo de uma realidade tão evidente mas que os meus olhos queriam negar. Só as larguei quando eles chegaram. Aqueles que o levariam para sua última morada.

A realidade começava a pouco e pouco a tomar conta de mim. Ali no velório, com ele deitado, de mãos cruzadas debaixo do terço, parecia dormir num sono profundo e tranquilo. Apesar de não ter boa cor, para mim estava lindo e meus olhos percorriam-no como se quisessem registar todos os segundos até à despedida. Não foi com agrado que me informaram que teriam de o fechar e minha alma regada em desespero suplicou para que mo deixassem assim, para o puder ver até ao fim. De nada adiantou. O caixão teve de ser fechado.

Pessoas de todo lado quiseram estar presentes para o último adeus. Amigos de longa data, profundamente emocionados, conhecidos completamente em lágrimas, familiares devastados pela notícia. Todos os que puderam lá estavam. Os outros encheram-nos de saudosas condolências enviadas sob todas as formas possíveis. A capela mortuária tornou-se demasiada pequena para tantas flores que cobriam todos os recantos. A consternação e dor era o sentimento maior.

A igreja encheu-se de gente como nunca vira. De passo lento e olhos colados ao chão, entrei. Ao centro, ali estava já pousado, o homem que mais amara e de quem não me queria despedir. Trémula e de olhos fixos nele perguntava-me porque teria de ser assim. Porque me tiraram meu pai tão cedo? Entre cânticos e rezas, regressei ao passado das memórias mais longínquas. Uma meninice preenchida por aquele que tanto amava. Lembranças de abraços e carinhos, de conversas e risos, de silêncios cúmplices...  Para depois, acordar ali. A realidade. O fim. Ao sinal combinado, levantei-me. Pedira encarecidamente que me deixassem despedir no altar. E li as últimas palavras que lhe escrevera horas antes. Traída algumas vezes pela emoção, entoei minha voz partilhando com o  Mundo o que  me ia na alma. As minhas últimas palavras ao meu pai...

Assim que foi a repousar, uma chuva intensa começou a cair. Dizem os antigos que, quando começa a chover, no momento em que alguém é enterrado, é sinal que uma boa alma chegou aos céus... Sorri. Mesmo triste e destroçada, sorri...

 O meu anjo chegara junto de Deus.  



sexta-feira, 6 de março de 2015

À DESCOBERTA DE LONDRES


Partiram numa manhã fria de Novembro com as malas cheias de sonhos. Não sabiam o que lhes esperava. Não sabiam o que o destino lhes reservava, mas foram. Corajosamente, foram. Presas à  esperança de uma melhor vida de um melhor futuro, despediram-se sem saberem quando voltavam. Vi-as partir por aquela porta com as lágrimas teimosamente a caírem-me,  por uma saudade que começara ainda elas apenas tinham desaparecido por minutos... Deixava assim, no aeroporto, minha filha e uma amiga a caminho de Londres.

Sabia que a caminhada ia ser difícil. Sem contratos de trabalho, começar do zero é duro. Mas quando se tem amigos dos bons, daqueles que nos estendem verdadeiramente a mão, sem esperarem nada em troca senão gratidão, os espinhos tornam-se rosas e a vida segue facilitada. Minha filha tem duas pérolas assim. O irmão da amiga que as recebeu em sua casa, dando-lhes tecto e comida até se poderem orientar sozinhas; a amiga que não desistiu de a convencer a aceitar o desafio. Uns anjos na Terra que poucos têm o privilégio de ter. A  mim coube-me a tarefa de lhe dar o empurrão final quando ela, a medo, me perguntava "o que achava da ideia de ela emigrar". Mesmo sabendo que a estava a catapultar para o vazio sem rede, nunca duvidei que, sendo filha de gente corajosa e guerreira, lá chegaria sem esforço. 

Não foi fácil tomar a decisão. Teria de deixar uma vida para trás. E se as experiências profissionais frustradas não lhe deixavam saudades, afastar-se dos afectos, daqueles que ela tanto amava, destroçava-a. E na procura de conforto repetia-lhe o que a vida me ensinara sobre o assunto: "quem te ama permanecerá contigo." Se foram estas as palavras mágicas ou não, o certo é que a decisão de partir em busca de novos horizontes e lutar por uma vida melhor acabou por tomar conta dela. 

Vida de imigrante já é por si difícil, mas imigrantes aventureiras, pior ainda. As expectativas eram muitas, talvez demasiadas e quando as primeiras adversidades chegaram, a prova mostrou-se, afinal, extremamente dolorosa de passar. A pensarem que rapidamente se enquadrariam numa actividade profissional das suas áreas, logo perceberam que afinal de contas, não era assim tão garantido como isso. E o tempo a passar... Sempre a passar... À distância tentava acudir ao desânimo que tantas vezes tomou conta dela. Um desânimo que se tornou arrasador assim que um ano passou... Mesmo assim, perante lágrimas e revolta, orgulho-me de dizer: nunca baixou os braços! Trabalhou afincadamente, dia após dia, mesmo derrubada pelas estatísticas que teimavam em dizer que ela estava lá há demasiado tempo para algo acontecer. Mas na vida também há que aprender que, tudo é relativo e a fórmula de uns, não se aplica a outros e que se uns conseguem o que querem assim que pousam o pé no chão, outros terão de escavar até ao centro da Terra para lá chegar. Desistir é que faz uns alcançarem o sucesso e outros não. 

Foi da mãe, que por sinal sou eu que estou a escrever isto, que ela levou o maior banho de adrenalina de sabedoria, adquirida a pulso e suor, que a fez ressuscitar. Lembro-me de uma conversa longa e intensa. Uma derradeira conversa em que não permiti outro caminho senão o da luta, o da persistência. Uma conversa onde não deixei que houvesse lugar a desistências nem recuos. Uma conversa que não tenho dúvidas impulsionou o que veio a seguir, quase logo a seguir: a chamada para a concretização do seu grande sonho - a contratação! 

Minha filha demonstrou-me o que faltava conhecer dela. Uma lutadora exímia, uma trabalhadora incansável na luta pelos seus objectivos, uma mulher corajosa e destemida. Uma verdadeira guerreira de quem me orgulho. Venceu esta etapa com distinção, a pulso e muito trabalho. Um sucesso merecido na área que ela escolheu e que a vai levar bem mais longe. 

Porque este é apenas um começo de um futuro promissor.    





quinta-feira, 5 de março de 2015

A VIDA NO FACEBOOK

É um ritual obrigatório. Todos os dias sem excepção, há uma obsessão inexplicável quase patológica de actualização de estado, de mostrar ao Mundo onde estamos,  como estamos, o que fazemos e com quem. Mostrar sobretudo que estamos felizes e realizados. É imperial transmitir  aos outros aquilo que, mesmo não sendo o que realmente somos, imaginamos ser o politicamente correcto.  No facebook não há relações falhadas, vidas frustradas ou empregos miseráveis. Sorrimos muito irradiando felicidade ao lado dos quem supostamente amamos. Vidas  perfeitas, amores perfeitos que invadem o nosso feed noticias, deprimindo-nos todos os dias por acharmos que nós, os das vidas imperfeitas, somos uns falhados.

Aqui só há gente bonita com vidas glamorosas.  Então que estamos nós imperfeitos ali a fazer?

Numa montra universal onde toda a gente se expõe sem complexos nem pudores, parece estranho andar por ali sem que pensem o mesmo de nós. E na verdade por muito que digamos o contrário, o pouco que pensamos mostrar, ao fazê-lo publicamente, estamos nós também a  rezar pela mesma cartilha. 

Adversa a estas modernices da internet, fui para a esta rede social por mero acaso e curiosidade. Tendo lido algures que nos permitia contactar pessoas em qualquer parte do mundo, logo me apressei a entender como funcionava. Acabei por encontrar quase todas as pessoas que procurava e fiquei viciada. Não pelo vício de me mostrar. Não pelo vício de exibir tudo o que faço. Mas pelo vício de ir espreitar todos os dias aqueles por quem tenho afecto mas que estão tão longe que não os posso ter ao meu lado. Vejo o que postam, vejo o que fazem, acompanho o que dizem, e assim, mesmo à distância, sinto-os. De um momento para outro, o Mundo ficou mais pequeno e falar  com quem não está perto, tornou-se uma necessidade vital.

Independentemente daquilo que se diga, do ser contra ou a favor, confesso que hoje não passo sem o facebook, mesmo sabendo que grande parte do que lá se passa não se coaduna com a verdade. Compete-nos a nós aprender a filtrar e ensinar nossos filhos a  tirar o melhor proveito das novas tecnologias, sem se deixarem dominar por elas, deixando-as entrar na nossa vida de forma saudável.