Quantos de nós já não teve vontade de pegar nos seus queridos adolescentes e fechá-los dentro de um armário até a fase da puberdade passar? Há período mais perturbante para os pobres pais do que assistir ás explosões hormonais destas queridas criaturas, que os levam a dizer e fazer coisas impensáveis, sem poderem fazer mais nada senão aguentar pelo bem e saúde de toda a família, e rezar para que não demore muito a volta à normalidade? Porque será que, mesmo já tendo sido um teenager, quando nos confrontamos com o problema temos dificuldade em lidar com ele?
Na verdade, a razão é muito simples: ontem víamos as coisas do ponto de vista deles, hoje vemos como pais. O choque de gerações é inevitável. E como tal, queremos protegê-los porque sabemos dos perigos a que estão expostos nesta idade, por termos sido nós também, expostos a esses mesmos perigos. Temos medo. É normal. O problema é que os adolescentes não vêm com manual de instruções e mesmo depois de termos passado pela mesmíssima fase, isso não nos dá experiência suficiente para lidarmos com nossos pequenos diabretes. Isto porque cada caso é um caso. Se é certo que há contornos idênticos em todos eles, a personalidade vai determinar que tipo de adolescente vamos ter em casa. E é aqui que começamos a arrancar cabelos: nunca sabemos o que nos vai calhar na rifa!
Não sou estreante nestas coisas. Até podia dizer que já tenho "alguma" experiência. Mas desenganem-se. Não há 2 adolescentes iguais! Da primeira lembro-me que a dita fase consistiu em fechar-se num mundo à parte, num lugar só dela: o quarto. De lá mal saía até para comer... Resmungona, mal humorada, de poucas falas, por vezes atrevia-se a atravessar a sala de cabeça sempre baixa não fosse alguém ousar interagir com ela. Reagia sem paciência a tudo o que se lhe dizia sobretudo quando se tratava de assuntos "domésticos": levar o lixo, limpar o quarto... essas coisas que as mães teimosamente obrigam os pobres filhos a fazer. Volvidos 16 anos, eis que me vejo de novo a enfrentar mais um tenebroso elemento da família na fase da puberdade. E se com a primeira consegui sobreviver sem muitos "danos", esta tira-me literalmente do sério! Grita, berra, bate com portas, insulta e desobedece! Pronto. O pacote completo!
Inicialmente, confesso, entrei em confronto. Aquela atitude com a qual não estava nem um pouco familiarizada, perturbava-me tanto que elevava a voz, descabelavam-me toda, também aos gritos, a tentar impor a minha autoridade. Os castigos passaram a ser uma constante o que demonstrava que não estávamos a ir a lado algum. Até que comecei a adoecer com aquela situação e resolvi por um "basta". De um momento para outro, passei a ignorar os ataques de histeria, e com voz suave, "demiti-me" do meu papel de mãe deixando as consequências dos seus actos e pedidos ou ajudas futuras, só por conta do pai. Estranhamente esta situação deixou-a perplexa. E quase como quem quer tirar as dúvidas, vinha depois com tom muito suave certificar-se se de facto eu continuava ali para ela ou não. Percebeu que me estava a "perder". Que perdera também a confidente, a amiga, a parceira que a salvava das situações complicadas em que se metia. Percebeu que perdera o que afinal mais gostava: a mãe que havia em mim. Antes que eu ficasse assim para sempre, mudou ela e muito. Miraculosamente a calmaria voltou.
Não há fórmulas mágicas para lidar com nossos adolescentes. Mas há dicas que podem ajudar quem como eu, um dia se viu perdido no meio das hormonas explosivas de seus filhos. Aprendi que, o que resulta melhor no confronto obrigatório de gerações é a serenidade, mesmo que aparente, na forma como respondemos aos ataques. Gritar, perder o controlo e discutir taco a taco com eles, não serve de nada e activa ainda mais os nervos de cada um. Falar com calma, agir com calma, desprezar q.b., sem deixar de exercer autoridade, pelo contrário vai desorientá-los a ponto de deixarem de querer fazer o braço de ferro connosco só para não perder a nossa amizade.
Não sou estreante nestas coisas. Até podia dizer que já tenho "alguma" experiência. Mas desenganem-se. Não há 2 adolescentes iguais! Da primeira lembro-me que a dita fase consistiu em fechar-se num mundo à parte, num lugar só dela: o quarto. De lá mal saía até para comer... Resmungona, mal humorada, de poucas falas, por vezes atrevia-se a atravessar a sala de cabeça sempre baixa não fosse alguém ousar interagir com ela. Reagia sem paciência a tudo o que se lhe dizia sobretudo quando se tratava de assuntos "domésticos": levar o lixo, limpar o quarto... essas coisas que as mães teimosamente obrigam os pobres filhos a fazer. Volvidos 16 anos, eis que me vejo de novo a enfrentar mais um tenebroso elemento da família na fase da puberdade. E se com a primeira consegui sobreviver sem muitos "danos", esta tira-me literalmente do sério! Grita, berra, bate com portas, insulta e desobedece! Pronto. O pacote completo!
Inicialmente, confesso, entrei em confronto. Aquela atitude com a qual não estava nem um pouco familiarizada, perturbava-me tanto que elevava a voz, descabelavam-me toda, também aos gritos, a tentar impor a minha autoridade. Os castigos passaram a ser uma constante o que demonstrava que não estávamos a ir a lado algum. Até que comecei a adoecer com aquela situação e resolvi por um "basta". De um momento para outro, passei a ignorar os ataques de histeria, e com voz suave, "demiti-me" do meu papel de mãe deixando as consequências dos seus actos e pedidos ou ajudas futuras, só por conta do pai. Estranhamente esta situação deixou-a perplexa. E quase como quem quer tirar as dúvidas, vinha depois com tom muito suave certificar-se se de facto eu continuava ali para ela ou não. Percebeu que me estava a "perder". Que perdera também a confidente, a amiga, a parceira que a salvava das situações complicadas em que se metia. Percebeu que perdera o que afinal mais gostava: a mãe que havia em mim. Antes que eu ficasse assim para sempre, mudou ela e muito. Miraculosamente a calmaria voltou.
Não há fórmulas mágicas para lidar com nossos adolescentes. Mas há dicas que podem ajudar quem como eu, um dia se viu perdido no meio das hormonas explosivas de seus filhos. Aprendi que, o que resulta melhor no confronto obrigatório de gerações é a serenidade, mesmo que aparente, na forma como respondemos aos ataques. Gritar, perder o controlo e discutir taco a taco com eles, não serve de nada e activa ainda mais os nervos de cada um. Falar com calma, agir com calma, desprezar q.b., sem deixar de exercer autoridade, pelo contrário vai desorientá-los a ponto de deixarem de querer fazer o braço de ferro connosco só para não perder a nossa amizade.
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