Seria tudo mais fácil se tal como os eletrodomésticos, as coisas da vida viessem acompanhadas de manual de instruções. Não perderiamos tempo a procura de saber como fazer dando cabeçadas valentes a cada erro. Não nos sentiriamos tontos à deriva porque na mínima dúvida, lá estariamos nós a consultar o livrinho. Como assim não é, temos de caminhar às cegas confiando na nossa intuição que mais vezes falha do que acerta.
Não nascemos preparados. As lições aprendem-se com as experiências a troco de muita dureza e sofrimento. Aqui a teoria vem depois, deixando-nos por vezes completamente escangalhados, para mais tarde, apanharmos as peças espalhadas pelo chão... E no dia seguinte, lá vamos nós para mais uma experiência de luzes apagadas.
Depois vem as pessoas que não nos entendem. Que não nos conseguem descodificar. Para quem temos de repetir incessantemente o que somos, de que gostamos, o que nos irrita, o que nos faz feliz. Repetir, repetir até à exaustão! Era tão mais fácil dizer: "vai ao capítulo 5 e procura na página 12 sobre como me agradar... E pronto. Punham as leituras em dia e nós não precisaríamos de mais nada senão esperar que nos encham de tudo o que nos faz bem.
Mas a vida vem sem manual de instruções. E vivê-la é a aventura mais radical que se pode ter.
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