quinta-feira, 21 de maio de 2015

O DEUS DE CADA UM





Se há coisa que eu não aprecio de todo são comentários desdenhosos sobre as crenças de cada um. Somos livres de acreditar no que bem nos apetecer sem estarmos sujeitos a julgamentos parvos. A fé num deus seja ele qual for nunca pode ser motivo de chacota. E assim como uns são livres para ter um, os outros são também livres de não ter nenhum. Mas respeito é fundamental.

Nas aulas de psicologia aprendi que os humanos são seres espirituais. Que mesmo não tendo tido nenhuma educação religiosa espontâneamente desenvolvem crenças num ser maior. É a nossa natureza que muitos contrariam até ao momento do aperto, do medo, da doença. Ainda há pouco tempo, fui surpreendida por uma imagem dum amigo a deixar velas em Fátima. Nada disto teria relevância se eu não o tivesse conhecido profundamente ateu. Mas hoje, gravemente doente, abriu caminho à fé. Porque na verdade, sem saber, ele sempre foi crente, apenas ainda estava por o descobrir. Porque na verdade, o que a maior parte faz é apenas ocultar. Não o dizem, não o demonstram, mas bem escondido, sem que ninguém o veja, são devotos e pedem ajuda divina quando a vida resolve encurralá-los.

A fé faz bem a quem a segue. É uma corrente de energia positiva fortíssima que cura, que fortalece, que nos dá um poder inagualavel que transpõe qualquer obstáculo. Não importa se ele se chama Alá, Buda ou Jesus Cristo. O que importa é a força espiritual que nos transmite e nos faz viver em harmonia com os demais. Pessoas de fé são gente de bem que procuram evoluir na espiritualidade ao encontro dos mais desfavorecidos. Gente que sabe que tem uma missão que vai muito além de uma mera existência.

Eu bem sei que há quem faça a guerra em nome das religiões. Que há gente que frequenta templos enquanto devassa a vida alheia. Mas isso são desvios de algumas ovelhas que fogem do seu rebanho. Que se perdem no significado da fé e que a usam para justificar actos malévolos.

Porque quem desdenha da fé dos outros desdenha da sua própria natureza.


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