segunda-feira, 4 de junho de 2012

ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE


Já não se vê amores assim... E se os há são tão poucos que quando aparecem as pessoas param para os ver como se de algo inédito se tratasse. A sociedade mudou e o consumismo "fast food" passou para o amor. Queremos tudo rápido, muito bom e de preferência sem contra-indicações. Falamos o tempo todo desse sentimento tão nobre sem saber ao certo do que se trata. Confundimos com paixão, com tesão e logo se não nos fizer mais explodir por dentro achamos que deixou de existir se é que alguma vez existiu...

O amor, ao contrário da paixão, não é químico, não surge do nada. Aprende-se a amar depois de nos apaixonarmos. É o sentimento que se segue e nunca ao contrário. Amar é gostar dos defeitos tanto quanto as qualidades e saber rir deles. Amar é continuar a gostar  com rugas,  flacidez e pneuzinho. Amar é   estar do lado do outro quer no sucesso quer na derrota... É resistir à doença e à pobreza... É continuar a ver com os mesmos olhos depois das lágrimas... É resistir aos ventos e marés mesmo com o barco a afundar...   

É difícil, muito difícil amar. Implica sofrimento, dor, resistência e sabedoria... Obriga a sentimentos que mais ninguém quer ter porque instituiu-se que amor é só prazer. Mas amor assim, só as amantes o conseguem dar porque onde há partilha há desencontros que levam por vezes a muitas lágrimas para depois vir a bênção do perdão, do abraço sincero, do "amo-te... sei que errei. Perdoa."  

Não sei se chego lá mas uma coisa tenho a certeza, já sou uma resistente. O tempo dirá agora se terei uma história de amor assim para contar aos meus netos. 

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