A maioria das pessoas tem medo de envelhecer. Eu, tenho medo de perder a minha saúde...ao envelhecer. Sempre tive consciência que o pior da vida era terminar sem lucidez, sem capacidades motoras, carregada de doenças de todo o género e quando vejo senhoras que completam 100 anos de vida cheias de vigor e saúde, sinto uma inveja enorme por não saber se terei um dia tamanha benção!
Num pastel de nata três velas com os respectivos algarismos que não deixavam dúvidas: 100 anos!, apesar de uma jovialidade que lhe dava apenas 70! Divertida, aluna da Universidade Sénior, completamente autónoma e a viver sozinha, explicava que talvez o segredo da sua longevidade fosse o rir muito e que o único problema em viver tanto era ser sempre a mais velha em todos os sítios que entrava. A transbordar de humor, esta senhora é tudo o que eu um dia desejava ser. Sem peles esticadas, sem tintas no cabelo, completamente de acordo com a idade mas linda muito linda, por fora e por dentro. É impossível ficar-lhe indiferente de tanto que sorri como se a vida secular que transporta tivesse sido palaciana. Mas não. Foi sofrida, foi penosa, foi desafiante, foi emotiva como tantas outras vidas. Mas aqui não há lugar a lamentos. Agradece-se tudo o que se tem e não se pede mais do que isso.
O segredo da longevidade não está apenas no que comemos como agora tanto se fala. O segredo está sobretudo na forma como encaramos a vida e a vivemos. E não tenho dúvida alguma que aquilo que mais acrescenta dias à nossa curta passagem terrena, é o positivismo com que acordamos todos os dias para os desafios da nossa jornada por cá. Gente que encara a vida com um sorriso, que vive feliz com o que tem, acrescenta dias aos dias que já tem. Liberta endorfina, analgésicos naturais que os inibem da dor, serotonina responsável pela sensação de prazer que fortalece o seu sistema imunitário. O sorriso combate a depressão e o stress, diminui a pressão arterial, melhora a digestão e até deixa a pele mais bonita.
Por isso, não é de espantar que pessoas com esta natureza vivam mais e mais bem conservadas que as outras. Porque se tudo se justificasse apenas pelo que comemos, não teríamos vegetarianas como Brigitte Bardot com aspecto horrível aos 80, nem esta senhora assumidamente omnívora tão bela e saudável aos... 100.